É da natureza
do ator, produzir-se.
A
composição da personagem, a escolha do figurino e o completo domínio da técnica
de interpretação, são ferramentas que irão auxiliá-lo em seu ofício seja no
teatro, cinema ou televisão. E com o tempo, passam a ser bagagem, uma
biblioteca pronta que poderá ser consultada quando necessário. O estudo e
preparação constante é o seu acervo valioso e intransferível.
Porém
uma peculiaridade desse trabalho pode ser de grande valia para todos nós, não
atores. Na absoluta ausência de convites para exercer sua arte, o ator pode – e
deve – transmutar-se em produtor. Buscar autores (originais ou não), escrever
seus próprios textos e a partir daí, ser ao mesmo tempo todos os agentes do
processo dessa produção. E isso não significa que trabalhará sozinho. Poderá
associar-se a colegas especialistas em figurino, iluminação, em captação de
apoio ou patrocínio, mas será o centro de toda a cadeia criativa.
Colaborativamente colocará seu projeto de pé tendo em mente que a fagulha
inicial, o “big bang” que deu a partida em direção a algum lugar partiu de sua
vontade de não esperar. De ser o agente de si próprio.